Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uma história sobre o corpo e o tempo




Um professor entrou em sala, sem dizer uma palavra, pegou um pote de vidro grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golfe. Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e, imedia-tamente, estes disseram que sim. O educador então pegou uma caixa cheia de bolas de vidro coloridas e a esvaziou dentro dele. As bolinhas encheram todos os espaços vazios entre as esferas maiores. Voltou a perguntar se o vidro havia sido preenchido e ouviu dos alunos que sim.
A seguir, pegou uma caixa com areia e a despejou dentro do pote. A areia preencheu os intervalos que ainda restavam e ele indagou novamente aos alunos. Eles unanimemente responderam que, desta vez, parecia repleto. O professor pegou um copo de café e o derramou dentro do vasilhame, umedecendo a areia. Os estudantes riam da situação quando o professor lhes interrompeu:
– Quero que entendam que o pote de vidro representa nossas vidas. As bolas de golfe são as coisas mais importantes. São aquelas com as quais nossas vidas são preenchidas de felicidade. As bolas de gude são as outras coisas que importam. A areia representa todas as pequenas coisas. Mas, se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golfe. O mesmo ocorre em nossas vidas. Se gastarmos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas, nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.

– Prestem atenção nas coisas que são cruciais para ser feliz. Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golfe em primeiro lugar. O resto é apenas areia...
Um aluno se levantou e perguntou o que representava o café.
O professor lhe respondeu:

Que bom que você me fez esta pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa o quão ocupada esteja nossa vida. Sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo...


A gestão do tempo para mim

Um dia, com quarenta e cinco anos, depois de mais uma jornada exaustiva e estressante, olhei para a minha agenda de compromissos e fui tomado por um intenso sentimento de impotência e frustração.
Folheei mais algumas páginas referentes às datas anteriores e a sensação de desconforto aumentou.
– Quantas tarefas postergadas – constatei. Recordei dos compromissos adiados, da imensidão de projetos jamais iniciados ou nunca concluídos. Olhei para o meu volume abdominal e lembrei de quantas vezes havia iniciado uma dieta para perder peso. Depois, contemplei o tapete comprado especialmente para realizar práticas diárias do nosso método e que usara tão pouco.
O sentimento de decepção e ansiedade atingiu um patamar intolerável. Precisava mudar aquele estado de coisas imediatamente. Sentei defronte ao computador e rascunhei uma agenda dos meus sonhos, que fosse ao encontro do meu ritmo e estilo de trabalho, que preenchesse as minhas necessidades e incluísse todos os detalhes possíveis das minhas carências profissionais cotidianas.
As horas se passaram e, quando terminei, intuitivamente havia elaborado uma agenda de compromissos e tarefas realmente pessoal. Comecei a usá-la e após algumas se-manas, identifiquei um salto de qua-lidade na gestão do dia-a-dia. Continuei a empregar a ferramenta por mais alguns meses e constatei que a pressão e a protelação de tare-fas diminuíram sensivelmente. Consi-derei que era uma boa hora para compartilhar experiências de gestão de compromissos com a equipe de Instrutores do Sistema DeRose de minha escola de Yôga. Entusiasmados, os professores adotaram a agenda imediatamente e depois de algum tempo, todos reconheceram que ocorrera um grande incremento de qualidade na realização das rotinas da escola, execução das tarefas e pontualidade com os compromissos. Naquele momento, senti a necessidade de estudar e aprofundar o conhecimento sistematizado sobre gerenciamento do tempo. Foi uma época riquíssima, de muita leitura, viagens, trocas de informações e insights, participando de cursos e treinamentos sobre esta disciplina.
A agenda que havia elaborado foi rapidamente substituída por um handheld (computador de mão) e um software de gerenciamento de compromissos no computador que, somados aos dados acumulados pelo estudo, me proporcionaram um impressionante salto evolutivo como gestor do meu precioso tempo. Os resultados foram sete livros escritos em três anos, dez quilos a menos na balança, um programa de atividade física incluindo quatro sessões semanais de musculação, três de caminhadas e duas práticas de Yôga Antigo por semana, resultados excelentes na supervisão e execução de projetos da minha empresa e da Federação de Yôga, e principalmente, a redução de noventa por cento dos níveis de pressão, exaustão, stress, impotência e frustração.

Um plus de 5000 anos

Após um bom tempo aplicando os princípios do controle sobre os eventos, iniciei uma troca muito enriquecedora de informações com as pessoas que haviam participado dos cursos de regência de compromissos comigo. Percebi, no entanto, que a maioria não compartilhava do mesmo entusiasmo pelas ferramentas ali ensinadas. Declaravam, principalmente, dificuldade com a constância e disciplina em aplicar no dia-a-dia os conceitos dos treinamentos. Alguns conseguiam mantê-los por um par de dias e depois fraquejavam. Muitos até haviam desistido. Foi bastante decepcionante, pois minha agenda me levava sempre adiante, ao encontro da excelência na condução do tempo, gerando riqueza e eficácia cotidianamente.

Por que o mesmo não estava ocorrendo com os demais? – era meu questionamento.


Um dia, ao repetir a indagação, o fiz realizando simultaneamente uma respiração yôgi longa e profunda. E então, entendi. Faltavam-lhes instrumentos para desenvolver disciplina e assiduidade. Sem estes, os métodos de gestão acabam por influenciar e mudar um reduzido número de indivíduos que entram em contato com estes modelos de programas. É necessário um plus, um aditivo diário que, paralelamente, aprimore tenacidade. E eu tinha um: o Yôga Antigo. Além das classes ministradas em minha escola, há alguns anos desenvolvi uma rotina diária de manutenção de qualidade de vida baseado no acervo de técnicas do Método DeRose.
Inconscientemente, havia unido o nosso método e a gestão do tempo, e era este casamento que produzira aqueles resultados tão motivadores e surpreendentes.

O surgimento do Focus

Depois de algum tempo experimentando aquela poderosa combinação de Yôga Antigo com o controle de eventos e compromissos, comecei a identificar conflitos na relação profissional com minha equipe e demais federados do meu Estado. Os dissentimentos localizavam-se na diferença muito grande no estilo de conduzir os projetos, encontros profissionais e tarefas, para as quais passei a empregar uma agenda mais focada e aperfeiçoada. Diferente não é gente, diz o ditado popular. Concluí que, para dissipar aquela situação de defasagem comportamental, precisava partilhar minha experiência acumulada sobre o gerenciamento de ações.
Dias depois, durante uma palestra em que participaram praticamente todos os membros de nossa Federação de Yôga, agendei uma data e convidei o grupo para comparecer a um curso sobre administração do tempo. Com o compromisso marcado, coloquei-me ao computador e iniciei a construção de um curso que contemplasse as reais necessidades dos meus pares de ideais e profissão. Foram sete dias submersos na elaboração do conteúdo programático.
Terminada a estruturação do programa, senti a necessidade de um nome que o representasse bem. A escolha recaiu sobre a palavra latina focus, que significa o ponto para o qual converge um feixe de raios luminosos, mas que também pode ser traduzida como pequena luminária orientável, composta de uma lâmpada de alta potência e de refletor que concentra a luz num feixe estreito (Dicionário Houaiss).
Ou seja, o nome Focus tornou-se denominação de um curso que tanto representava uma luz quanto um ponto de convergência para aqueles que aspiravam ter um maior controle sobre a sua vida. Considerei perfeito. Desde então, se passaram alguns anos e Focus transformou-se num dos meus mais importantes, solicitados e transformadores workshops, ministrado em vários países e com espantosa receptividade.

Uma fórmula do domínio da existência

Controle significa segurança. Quanto maior o controle sobre um evento, maiores serão as chances de que ele se desenvolva sem imprevistos. Situações inesperadas acontecem o tempo todo, e sempre exigem de nós habilidades que, muitas vezes, não desenvolvemos ainda. Quando isso acontece, sentimo-nos vulneráreis, enfraquecidos e inseguros. Quando nossa agenda abarca mais compromissos e tarefas do que podemos cumprir, significa que temos pouco controle sobre ela. Como a agenda torna-se uma forma de gerenciar o tempo, e este é sinônimo de vida, o que se evidencia é que, neste cenário, você não tem domínio sobre a sua existência.
Claro que não estamos incluindo a morte, o clima ou o passado, por exemplo. Estes são eventos sobre os quais não se tem controle. Quando falamos sobre eventos, nos referimos aos compromissos com hora marcada, da rotina familiar, da saúde e do aspecto profissional etc.
Sobre estes, podemos e devemos exercer alguma forma de controle. E nada melhor do que uma agenda inteligente, que inclua profissão, lazer, família, qualidade de vida e autoconhecimento



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