Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



quarta-feira, 25 de junho de 2008

A identificação




O Yôga Antigo é sustentado por sua tendência comportamental – o Tantra.

Muito confundida, essa filosofia engloba sutilezas que lapidam o ser em áreas recônditas e pouco estimuladas.

Imagine uma sociedade baseada na força da mulher, na apreciação e reverência desse indivíduo que tem o poder de dar a luz a outro ser e cultiva a sensibilidade naturalmente. Assim era constituída a civilização do Vale do Hindu, berço do Yôga. Especula-se que se tratava de uma cultura muito bem desenvolvida, com estrutura política extremamente organizada etc.

A identificação, nyása, é um dos artifícios do Tantra.

Você deve ter experimentado situações cotidianas de pura empatia. A convivência gera um processo natural de identificação e a partir dele surgem atitudes semelhantes a do identificado, como o uso de expressões verbais semelhantes, trejeitos, atitudes, maneira de vestir-se etc.

No Yôga Antigo traz-se à tona este processo de forma consciente, com finalidades específicas.

“A prática de nyása consiste em chegar à essência daquilo a que direcionamos o foco da atenção, levando-nos a incorporar suas respectivas características. É como se o observador se tornasse o próprio objeto observado, em uma referência a Patañjali, assim como o cristal se identifica com a cor do objeto próximo. (Yôga Sútra, I-4)”. Trecho extraído do livro Pújá, a força da gratidão, (Sérgio Santos, Ed. Nobel, 1ª edição, pág. 77).

Existem muitas formas de gerar esse processo, tais como: mantra, meditação, shiva natarája nyása (prática de identificação com Shiva Natarája, o rei dos bailarinos) entre outras.

Estas vivências devem ser acompanhadas de profissionais habilitados, formados e revalidados.

Abaixo, um pequeno texto que descreve com entusiasmo a identificação com Shiva Natarája (ver foto). Em sua estátua de bronze existem diversas referências a mitologia que envolve o criador do Yôga. Entretanto, através do nyása em nossa filosofia naturalista, busca-se a identificação com o verdadeiro Shiva, humano, que viveu e morreu, entretanto possuía seu virtuosismo que culminou na Nossa Cultura, o Yôga Antigo.


Nyása

Imagina-te, dentro do círculo de fogo,

Acima da ignorância...


Livre para uma nova experiência,

Transforma teus cabelos em rios sagrados,

A água escorre levando o véu que insiste em confundir, obliterando a luz,

Agarra o tambor e sai da roda que consome a vida,

As leis Universais deixarão de atuar...

Veste a pele do Tigre,

Sucumbe o intelecto, matéria sutil e refinada, ele não é mais o veículo do aprendizado,

Acaricia a naja que circunda teu pescoço, pois não tens o que temer,

Aberto o comando no tricuti, vê que sentidos, sentimentos, pensamentos e desejos não são idênticos ao Si,

Intui para refletir a mônada, que apenas existe e observa inerte...

Já sentes o tato da ignorância na planta do teu pé,

Agora é o momento de transmutar a consciência para as mãos assumindo o escudo que protege majestosamente a herança,

Contempla a tua libertação Ser!

Transforma-te no mito de bronze!

Imortaliza na carne o que há vivo por trás dele,

E jamais serás igual.



Nenhum comentário:

Postar um comentário