Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



sexta-feira, 10 de abril de 2009

10 dicas de hábitos mais saudáveis





Pessoas inteligentes adotam hábitos saudáveis. Pois assim, é possível viver mais e melhor. É tomar nas mãos o controle da saúde, do bem-estar, conseguir administrar melhor o stress e ter mais qualidade de vida. É bem provável que se consiga ser mais produtivo em todas as áreas, tendo mais tempo e recursos para desfrutar de viagens e atividades em lazer com a família e amigos.

No entanto, é comum deixarmos que surja aquele pensamento de que certas coisas são só para quem tem tempo ou é financeiramente estável. Muitos pensam: "Quem sou eu para me dar ao luxo a uma coisa dessas?", ou "quem sabe quando eu estiver em um outro emprego", "ou quando os filhos crescerem", ou, ou, ou...e sabe como é, o tempo passa, as oportunidades passam e a pessoa não realizou nada. Quando tiver tempo e dinheiro será tarde demais para poder desfrutar de sua tão sonhada aposentadoria. Aí sim é que não haverá tempo.

O momento é agora, as coisas são pra já. Claro que temos certas prioridades e objetivos principais que devem ser seguidos sem que haja conflito interno. Com alguma dose de criatividade é possível ir encaixando uma ou outra atividade sem comprometer sua rotina normal. A maioria das pessoas bem sucedidas e realizadas que conheço tem suas agendas cheias de compromissos e atividades importantes. E ainda assim costumam ser exemplos de disciplina e realização. Ou seja, tempo não é desculpa, trata-se de pri-o-ri-da-de.

No meu caso, tenho diversas atividades entre reuniões e afazeres profissionais, além das classes de Yôga que ministro praticamente todos os dias. Mesmo assim me sobra tempo para praticar e estudar o SwáSthya; fazer atividades físicas e praticar esportes (atualmente corrida e pedalada no parque pela manhã); telefonar e manter contato com amigos e clientes; leitura diária de livros, revistas; postar sobre diversos assuntos neste blog, que apesar de não dar trabalho, me esmero para que as postagens sejam criativas e bem elaboradas; e ainda sobra tempo para namorar e passear com a Lí; me reunir com meus familiares, participar de jantares e frequentar teatros e cinema com os colegas; sair em barzinhos ou mesmo baladas em aniversários e festas dos amigos.

Tenho uma rotina normal, bem simples até, mas que me deixa muito feliz e gratificado. Claro que o ambiente em que estou inserido ajuda muito. Mesmo nas reuniões e viagens à trabalho consigo fazer boa parte do que faço e ainda me divirto muito com os amigos que revejo e com os novos que faço.

Além do que, estar praticando SwáSthya Yôga, faz com que eu consiga gerar mais energia interna e possa direcioná-la para aquilo que melhor me aprouver.

Independente do seu estilo de vida, dou algumas dicas para que você reflita. Nada que ninguém não saiba, nem tão pouco com a pretensão de esgotar o assunto. Apenas para acrescentar dados e quem sabe lhe auxiliar de alguma forma.

1)Alimente-se bem.
Faça pausas estratégicas para fazer um lanche no meio da tarde ou no meio da manhã. Não precisa dispender muito tempo para as refeições, mas também não coma com pressa ou enquanto faz uma outra tarefa qualquer. Aproveite para conversar com alguém e quem sabe daí surjam novas ideias. Eu mesmo, na medida do possível, procuro almoçar com mais pessoas, pela questão da companhia. Nada impede também, que para aproveitar o tempo você marque junto com o almoço uma reunião de negócios ou mesmo um encontro com um colega para por o papo em dia. Evite apenas parar para comer apenas quando sentir fome. Isso é sinal de que seu corpo já está carente de alimento. O mesmo vale para beber água.

2)Respeite também o seu corpo.
Faça pausas para se alongar, caminhar um pouco se possível. Faça técnicas respiratórias quando sentir sono ou queda de produtividade. Mas não abra mão das suas horas de sono. Bem descançado você irá produzir muito mais. Faça isso com mais frequencia se você fica muito tempo estudando ou na frente do computador.

3)Tenha um programa de qualidade de vida.
Se você faz uma prática completa de SwáSthya Yôga orientado por um profissional formado e revalidado já sai ganhando, pois terá uma cota extra de energia e vitalidade. (Muitas empresas também estão adotando nosso Método para seu quadro de executivos e diretores) Independente disso, praticar esportes ou alguma atividade física, além de ser prazeroso também te deixa em forma. Atividades em grupos tem a vantagem da interação e estímulo dos amigos. Mas se você é autosuficiente pode correr ou pedalar ouvindo música, por exemplo. O bom é que não depende de ninguém. Em tempo, antes de iniciar qualquer atividade física, desportiva ou um programa de Yôga legítimo, faça uma avalição médica.

4)Durma bem.
Isso faz toda a diferença no dia seguinte. Além disso, você sabe o que é melhor pra você: se café ou chá preto tira o sono, evite-os, bem como, assistir TV ou fazer atividades estimulantes antes de deitar-se. Mude seus hábitos. Se está tendo pesadelos com certa frequencia, pode ser que esteja relacionado com a sua alimentação? Quem come carnes de certa forma ingere também sangue, dor e sofrimento. Bons sonhos dificilmente acontecerão, não é mesmo? E se ainda assim não sentir sono vá ler nossos livros.

5)Espreguice, alongue-se, boceje e sorria.
Antes de levantar, esse é um dos melhores recursos para espantar a preguiça. Faça também uma breve meditação ainda na cama, logo ao acordar e antes de dormir, algo rápido, entre 5 e 20 minutinhos. Mas lembre-se, meditar é não pensar. Se não sabe nenhuma técnica então faça uma breve reflexão, lembrando dos seus sonhos da noite anterior ou o que você deseja realizar no dia seguinte. Isso não é meditar mas já é um bom começo.

6)Desestresse.
Se a rotina está te sobrecarregando quebre-a ao meio. Se não der para ir ao cinema no meio da tarde de uma terça-feira chuvosa qualquer ou tomar um sorvete em uma manhã ensolarada em meio ao expediente, então que tal fazer um trajeto diferente da casa para o trabalho, ou ir de bicicleta para a faculdade. Enfim, rotinas podem ser quebradas, não se sinta mal por isso. Aliás, permitir-se se desconectar dos aparatos eletrônicos por algumas horas e ir até o parque pode ser bem proveitoso. Veja um artigo sobre isso no blog do meu amigo Nilzo Andrade Jr, O Líder dos Sonhos.

7)Invista em você.
Livro é cultura. Eu sempre reservo uma verba para comprar algum todo o mês. Além disso, procure participar de palestras, cursos, lançamento de livros, eventos culturais em geral. Você conhece pessoas, amplia seu círculo de amizades e a sua bagagem cultural.

8)Viaje sempre que possível.
Por falar em ampliar a bagagem cultural, viajar é outra coisa que não pode faltar. Encare como um investimento também. Pelo menos uma vez por ano visite um local mais distante e que você não conheça. Viajar sempre nos faz bem e como o DeRose costuma dizer "viajar esgarça os antolhos que espremem a nossa inteligência."

9)Não abra mão das atividades de lazer.
Reunir os amigos para um bate-papo descontraído em sua casa ou em um café, ir ao cinema ou jantar com a galera são atividades indispensáveis. Existem também diversas alternativas econômicas ou gratuitas. O importante é não se isolar do grupo, senão daqui a pouco ninguém o convida para mais nada.

10) Se algo não vai bem use outra tática.
O mais importante é ter o jogo de cintura necessário para se adaptar as diversas realidades. Não sinta-se frustrado por não conseguir realizar tudo o que você deseja neste momento. Cada coisa acontece no seu devido tempo. Administrar a ansiedade é crucial nessas horas.
Um pensamento que me ajuda bastante é o de ter força para mudar o que for necessário, serenidade para aceitar o que não possa ser mudado e sabedoria para distinguir uma coisa da outra.

Em tempo, tudo está ao nosso alcance. A principal mudança está em nossa atitude. 50% é estar consciente disso e os outros 50% está em mudar. Para tanto, basta querer!


Julio Simões


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Coreografia em Paris



Um grupo de alunos e instrutores de Swásthya Yôga passeava nos Jardins de Luxemburgo num Domingo de sol. Vários de nós fomos acomodando-nos em círculo, e assim começou espontaneamente um sat sanga (vocalização de mantras extroversores, acompanhados com palmas). O Mestre DeRose observava de pé, e muitos parisienses espalhados pela relva aproximaram-se para assistir.

Estávamos perante um instante que não se pode deixar passar: uma plateia cheia e receptiva. Fui para o centro do círculo e comecei a improvisar uma coreografia. O sol, o ar, as vozes dos meus companheiros e a percussão davam-me força para dar o melhor de mim. E, justamente no clímax, quando o som, o bháva -sentimento- e o movimento estavam encaixando um no outro sincronizadamente, chegou um agente da polícia e mandou-nos parar com as palmas e as vozes, alegando que pertubavam a ordem. Nós paramos e observamo-los (em parte pela surpresa, em parte para comprender a mensagem em Francês). Mas o público parisiense que se viu privado do espectáculo não hesitou em protestar: UUUHHHHHHH!!!

O círculo de praticantes decidiu unanimente retomar a melodia do mantra, desta vez sem palmas nem vozes pertubadoras, somente sussurando. O polícia aceitou. E eu reiniciei a coreografia.

Um ar de cumplicidade entre nós e o público invadiu a tarde no Jardim.


Anahí Flores


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Respire!!!!





Dentre todas as dicas que podemos dar em relação à qualidade de vida a mais importante delas é: RESPIRE!!!

Respirar é algo que nos acompanha desde o momento em que saímos do ventre da nossa mãe e irá conosco até o último suspiro de vida. Não obstante, esse importante ato vital passa despercebido no nosso dia-a-dia. Mesmo sabendo que o ser humano é capaz de passar dias sem comer, horas sem beber líquido e não suportar minutos sem respirar, não damos à respiração a devida importância que ela merece.

A oxigenação do sangue que uma boa respiração proporciona é imprescindível para uma vida saudável. Para aprimorá-la, seguem algumas dicas:

1. Sinta mais o toque do ar em suas narinas;
2. A entrada do ar não acontece por uma força feita nas narinas. É a movimentação de músculos (abdominais, intercostais e torácicos) que faz o alento ir e vir.
3. Comece treinando a respiração abdominal. Deitado, coloque as mãos no abdômen e sinta que ao inspirar seu abdômen se projeta para cima e ao expirar ele baixa. Esta parte da respiração é responsável por cerca de 60% da nossa capacidade pulmonar, no entanto é desprezada por quase todas as pessoas.

Respirar é viver. Quem respira melhor, vive melhor. quem respira com mais amplitude vive mais plenamente e quem tem mais consciência da sua respiração, amplia não apenas a consciência corporal mas também a emocional e mental.

Faça bom uso das dicas e valorize mais a vida que penetra constantemente por suas narinas.


Daniel De Nardi


O meu rio






E para que servem os sentimentos se algumas pessoas fogem deles e outras são consumidas por eles?

Como em tudo, raramente os extremos são saudáveis. Vejo nossas emoções como uma maneira que nossa raça encontrou para produzir uma força incrível capaz de arrastar caminhões, derrubar paredes e levantar montanhas.

É com elas que também se cria, e se curte, arte. Com a arte nos expressamos de forma inalcançável para o campo mental. E isso é outra linda função do nosso emocional.

Quando entramos em maior contato com o que somos começamos a nos relacionar conosco de uma forma diferente. Percebemos mais a conexão entre nossos corpos físico, mental e emocional, assim como nos tornamos mais conscientes da capacidade e das funções de cada um deles e passamos a usá-los melhor.

Gosto de imaginar que tudo o que eu sou é uma energia, como um rio que desce uma montanha. Para mim é um jeito muito legal de me sentir e lidar comigo mesmo.

E quando consigo colocar isso em prática, minhas emoções tornam-se um motor que me permite realizar muito mais no meu trabalho, no basquete, nos meus relacionamentos. Elas produzem uma força impressionante que posso usar como bem entender.

Isso é muito acessível. Se voltar a atenção para dentro de si, consegue-se sentir as emoções se formando e passa a percebê-las como uma energia elétrica, como um rio.

E também vai sentir que, assim como um rio, essa energia precisa ter uma fonte e uma continuação.

Ao parar alguns instantes para perceber uma emoção com profundidade, conseguimos conduzi-la da forma que desejar, seja para aumentá-la, para diminuí-la ou para cessá-la.

Com a consciência de que tal energia precisa de uma fonte e de uma continuação, podemos escolher alimentá-la ou não. Se a emoção surge e contribui para a nossa qualidade de vida, para o nosso bem-estar, vamos alimentá-la pensando mais no que a gerou, lembrando da sensação provocada.

Se a emoção não faz isso, temos que saber que ela só estará presente enquanto permitirmos e a alimentarmos. Fácil assim. O que dá um pouco mais de trabalho é lembrar disso quando nos sentimos bem tristes. Nessas horas precisamos escolher se queremos ficar naquela situação ou se queremos nos sentir bem.

Para deixar de alimentar uma emoção não desejada basta que nos afastemos daquilo que nos fez liberar tal sentimento, que façamos algo diferente e evitemos pensar naquilo que nos incomoda. Mesmo que seja algo que precisemos resolver, deixemos para fazer isso quando nossas emoções estiverem estáveis.

O que ocorre é que nem sempre lidamos bem com o que produziu essas emoções. Ou é algo muito bom, que nos deixa bobos, ou muito triste, que nos deixa arrasados.

Quanto a isso o importante é saber que a vida simplesmente acontece. Eventos e problemas, também. Tão necessário quanto saber disso é aceitar que nós mesmos produzimos esses eventos.

O estado das nossas emoções pesa enormemente na nossa tomada de decisões. Em outras palavras: nosso emocional nos ajuda a construir nosso futuro.

Que futuro queremos? Um que pareça um acidente ao qual temos que nos adaptar ou um que seja resultado de escolhas conscientes e produtivas?

Vamos respirar mais, descansar nossos pensamentos, desacelerar, curtir e respeitar nosso corpo, seja na forma de lidar com ele, na sua limpeza ou no que comemos; vamos nos relacionar melhor com nossas emoções pelo simples fato de que disso depende nossa vida! E teremos uma vida, com o perdão da palavra, emocionante!


Thiago Duarte



Em 2009, desfrute do SwáSthya





Dias desses, li uma reportagem de autoria de Dorrit Harazim que falava sobre o doping de atletas de alta perfomance. Num determinado momento, o jornalista abordou o fato de que nossa sociedade atual é convalescente devido ao uso de drogas. Segundo ele, trata-se do endosso da moral vigente à cultura do desempenho, que perpassa o nosso cotidiano em diversas áreas. Ele continua o texto dizendo que mantemos nossos idosos e enfermos aptos a continuarem sobrevivendo, que estabilizamos nossas emoções e revigoramos nosso desempenho sexual, graças ao avanço dos remédios. Após ler esse trecho, o sentimento momentâneo foi de uma tristeza profunda, pois os valores que consideramos corretos atualmente estão em total desacordo com nossa a verdadeira natureza. Sinto-me privilegiado por viver em um momento da Humanidade em que temos medicamentos e cura para quase todas as doenças e males. Porém, precisar de aditivos químicos, ou para lidar com nossas emoções ou gerar desejo sexual já é algo que considero um erro de percurso. É como a utilização errônea de uma máquina que, depois de certo tempo de mau uso, exige estimulantes que não faziam parte do projeto original.

Ao mesmo tempo em que chegava a essas constatações, senti-me uma pessoa extremamente privilegiada por ter aprendido, desde os meus 15 anos, como lidar melhor com o meu organismo, fazendo-o funcionar corretamente e, ainda, aumentando cada vez mais seu poder de produção. Aprendi com a prática do SwáSthya Yôga que toda energia extra que precisamos para viver mais, sermos mais lúcidos, mais felizes e realizados, não é algo sintético e nem deve ser inserido em nosso corpo. Essa energia que habita cada um de nós já é conhecida há milhares de anos pelos sábios yôgis e chama-se kundali (termo sânscrito de gênero feminino, que se pronuncia com a primeira sílaba tônica e a última longa). Seu despertar gera lucidez, vitalidade e autoconhecimento.

Para se atingir esse objetivo, nada melhor do que o ády ashtánga sádhana (prática fundamental integrada por oito feixes de técnicas). Começamos estabelecendo um contato com os mestres ancestrais utilizando-nos de nossas mãos e do poder da linguagem gestual, os mudrás. A partir daí, precisamos de mais energia circulando em nós e isso se consegue pela prática do pránáyáma. Para que essa energia circule de forma plena, nosso corpo físico, energético e emocional deve estar limpo, desimpedido de toxinas e de obliterações. Para tanto, temos o pújá, que nos ensina a gerar sentimentos enobrecedores; o mantra, que limpa o nosso corpo sutil; e o kriyá, que prepara o nosso físico para uma vida longa. Para desfrutar dessa longevidade é necessário músculos, tendões e articulações saudáveis, fortes e sempre aptos a trabalharem. Nesta área, a atuação é do ásana, uma técnica corporal inteligente, transformadora e que produz efeitos por uma atuação biológica, sem traumas ou impactos. Além disso, é necessário proporcionar o devido descanso ao organismo, dando-lhe um tempo de assimilação e maturação sobre tudo que foi feito anteriormente e é quando descontraímos o corpo, tranqüilizamos as emoções e a mente através do yôganidrá. E, finalmente, para se atingir um conhecimento pleno de tudo isso que somos, ou que acreditamos ser, é necessário parar tudo, até mesmo a mente, e contemplar. Tão somente isso. Assim temos samyama. De quebra, o SwáSthya ainda nos ensina como nos alimentar melhor, para que os efeitos sejam potencializados, fazendo com que o ato de se alimentar gere mais energia, ao invés de consumi-la e intoxicar o organismo. Há também pérolas de sabedoria para aprender a lidar com o universo que está ao nosso redor, com o qual você deve interagir e também ensinar. Enfim, há toda uma Cultura dentro desta filosofia.

Conclui todas estas coisas e quero compartilhar com você. Quero lhe dizer: desfrute do SwáSthya. Não deixe que seja apenas algo isolado que você pratica duas vezes por semana dentro de uma sala, com alguns colegas. Que seja algo presente em sua vida o tempo todo, algo que lhe dá vontade de viver mais e melhor. Que lhe conduza a decisões mais lúcidas e de acordo com seus valores, e por isso mesmo, que lhe trarão mais felicidade. Que o faça aprender como lidar com seu corpo, a ouvi-lo e a dialogar com ele. Que lhe ajude a descobrir onde estão suas virtudes, mas também que lhe ensine a reconhecer suas dificuldades, superando os obstáculos. Que você desenvolva a habilidade de lidar melhor com suas emoções e a espargir bons sentimentos por onde quer que vá, seja qual for a situação. Seja disciplinado, pois o Yôga deve existir para você e em você. Não para mim, nem para um amigo ou colega. O Yôga só existe quando você pratica, portanto pratique. Pratique mais, falte menos aulas, conheça mais, leia, estude. Saiba o que você está fazendo.

E assim, quando perceber que está trabalhando 12 ou mais horas por dia, passando por obstáculos com sabedoria e racionalidade, lidando com carinho e gentileza com todos que o cercam, independentemente da situação social; quando estiver sentindo seu corpo leve e bem disposto, mesmo ao final do dia sem nenhuma xícara de café ou qualquer outro estimulante; quando puder acordar sorrindo pelas escolhas que fez, e levantar disposto da cama para mais um dia de trabalho, saberá que foi a escolha certa apostar nesta Cultura que vai além de uma prática, mas que envolve uma forma de ser no mundo. Portanto, em 2009, desfrute do SwáSthya!


Lucas De Nardi


Árvore



Vi uma senhora enfeitando um pinheiro morto com umas tiras de sacola plástica.

Tive duas visões totalmente opostas: 1° alguém perdendo tempo com algo inútil e tolo. 2° Alguém com a incrível capacidade de ver beleza na vida que tem.

Perguntei-me o que faço com minha vida, quis saber quanto tempo perco dando atenção a atividades, coisas e até pessoas que talvez não vão acrescentar muito à minha vida.

Tem uma história que diz que sempre todos acrescentam algo. Mas toda generalização é perniciosa. Fiz a pergunta para cutucar minha capacidade de discernir o que quero, o que me acrescenta, o que me torna uma pessoa melhor.

Fiquei muito preocupado com minha própria vida. Será que estou dando importância para o que realmente a merece? O que merece importância?

Passamos muito tempo de nossa vida dando atenção, esforço e carinho para aspectos de nossa vida que nos trarão um retorno bem pequeno. Um dos motivos é que, normalmente só vamos descobrir isso depois de algum tempo de investimento. Outro motivo, mais subjetivo até, é que esse esforço dito inútil nos aprimora como pessoa.

Já que tanto as atividades prazerosas quanto as entediantes nos enriquecem, devemos aprender a dedicar tempo ao que nos dá prazer. Fácil dizer, não tão difícil fazer. Sinta o quanto lhe incomoda enfeitar uma árvore morta, lembre-se que primeiro estamos analisando sob o ponto de vista de desperdiçarmos nosso tempo.

Há assuntos e trabalhos em nossa vida que precisam ser feitos, há outros que nem tanto.

Comecemos abandonando esses assuntos de menor importância. Teremos mais tempo para dedicarmos a nós mesmos. Isso aumentará nossa qualidade de vida e mudará diversos outros fatores.

Com isso, poderemos nos expor a mais atividades e vamos descobrir mais delas que nos trarão prazer.

Resta ainda as que realmente não dão escapatória. Se já conquistamos capacidades de filtrar, fica fácil transformar as atividades necessárias em algo satisfatório, até porque elas então já não tomarão a maior parte do dia como nos parecia antes e também porque nossa disposição será outra.

Nosso relacionamento com nosso dia-a-dia será diferente e teremos desenvolvido a habilidade de realizar o que sempre realizamos de maneira diferente.

Agora, analisaremos sob o aspecto de ver beleza no que parece sem valor.

Às vezes gostamos de reclamar que nosso trabalho é chato, nossa namorada sem graça e a vida sem novidades. Que costume alucinado este.

Há coisas na vida que não vão mudar tão cedo: o trânsito, fazer frio ou calor. Aquela pessoa que fica no nosso pé. Sempre haverá algo que nos incomoda.

Ver aquela senhora me abriu a cabeça para amar minha vida. Sempre teremos dificuldades e situações pelas quais teremos que passar. E já que é assim, que o façamos da forma mais prazerosa possível.

Da próxima vez em que ficar numa fila interminável, leia um livro. Quando chover, reúna os amigos para um filme. O que tem que mudar é a nossa atitude em relação ao que acontece. O que temos que fazer é cortar umas sacolas de supermercado e enfeitar a árvore seca.

Por exemplo uma burocrática tarefa no seu trabalho. Será que só há uma forma, sem criatividade e sem prazer de se executá-la?

E se a resposta é sim, porque não fazê-la com o prazer com que se faz algo diferente porque tudo o mais você já está exercitando fazer com beleza e alegria e por isso umas poucas atividades sem graça no seu dia não terão a capacidade de tirar seu bom humor.

Aprendendo a acrescentar prazer no cotidiano, uma mágica acontece: descobrimos que muito do que pensamos ser obrigatório fazer na verdade não é. Alguns estão bem escondidos sob a máscara de obrigação, mas é certo que aprendemos a tirar-lhe a fantasia.

Isso nos dará uns anos a mais e aumentará a qualidade da nossa vida ao extremo. E com essa atitude vamos conseguir perceber melhor quando é o momento de ver beleza no que parece e quando é o momento de perceber que nossa atenção está voltada para o lado errado.

Lembre-se do quão precioso é o seu tempo. Tenha certeza de que vale investir alguns instantes pensando se devemos fazer determinada tarefa ou não ao invés de simplesmente darmos nossos preciosos minutos a tudo o que nos cai no colo.

E faça novas todas as coisas.


Thiago Duarte