Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

La respiración en la vida diaria




 

A usted que está leyendo esta página web, lo invito a hacer una pequeña pausa y, por unos instantes, llevar la atención a su respiración tornándose consciente de este hábito diario.
  1. Haga una inspiración lenta y profunda, retenga el aliento unos instantes. Luego exhale soltando el aire muy lentamente, aquietando sus ritmos internos.
  2. Adopte una posición confortable y coloque una mano sobre su abdomen para corroborar el movimiento. Luego inspire profundamente llevando el abdomen hacia fuera y exhale contrayendo sutilmente hacia adentro. Repita algunas veces.
  3. Traiga a su mente una fragancia que sea de su agrado. Haga una inspiración lenta, consciente y profunda y disfrute de ese perfume. Cada vez que quiera respirar intensa y pausadamente, recree la misma sensación.
  4. Inspire lo más lento que pueda, retenga el aire mientras le resulte confortable y exhale soltando el aire lentamente. Procure respirar de esa manera en su vida diaria.
  5. Cierre momentáneamente sus ojos y respire en forma fluida. Ponga énfasis en mantener la respiración silenciosa y procure hacer de esta forma de respirar un hábito.
  1. Ahora observe si su respiración se modificó luego de este entrenamiento. ¿No es mucho mejor respirar de esta manera?


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Lindos Balões



Certa vez li essa frase no livro Sútras - Máximas de lucidez, do escritor DeRose, não me recordo se era exatamente assim, mas era quase isso: “Algumas pessoas que conheço são como lindos balões, belos por fora e dentro cheios de ar.

O que nos faz refletir sobre o conceito de beleza física em contraposição a beleza interior. Ambos são conceitos abstratos. O conceito de beleza física sofre influência de diversos fatores: a época, o ambientes, os padrões culturais e sociais. Por isso o que é belo para mim, pode não ser para você, é uma experiência pessoal.

Sabemos, que se tudo correr bem, um dia vamos todos envelhecer e quando o frescor da juventude se for, restará: inteligência, perspicácia, habilidade em se relacionar, em se comunicar.

Vejo a vida como um somatório de experiências e das interpretações que fazemos delas, que podem ser belas ou não. Bisturis e tratamentos de beleza, podem até mudar a sua forma, mas não mudam as experiências vividas, nem o seu conteúdo, a sua beleza interior.

Concordo com Vinícius de Moraes, que beleza é fundamental, mas para mim, ser belo é ser estético, elegante, culto, polido, ter boas maneiras. O que independe da idade ou quantidade de rugas que se tem.

A hiper-valorização da forma em prol do conteúdo massifica as pessoas, igualando-as não só em forma mas também em conduta. E assim vivemos cercados lindos balões, todos iguais. Pode haver algo mais amorfo e sem graça do que um mundo sem diversidade, sem riqueza cultural, sem arte, sem beleza?

Fernanda Rengel

Instrutora do Método DeRose

www.fernandarengel.blogspot.com



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A influência de quem nos rodeia




Somos influenciados pelo mundo ao nosso redor, por isso buscamos nos relacionar com aqueles que têm mais afinidade com a nossa forma de ver o mundo. Estas pessoas inevitavelmente estabelecerão elos conosco.

Assim, os relacionamentos de trabalho, de amizade, amorosos, familiares, irão se interligando uns aos outros. Um tecido enorme poderia ser desenhado e nele colocaríamos todas as pessoas que tem alguma ligação conosco e interferem na nossa vida modificando-la. Um grande emaranhado de idas e voltas. Parte do currículo de uma pessoa poderia consistir em enumerar as suas principais amizades, parceiros afetivos e ex-parceiros (junto com o tempo que permaneceu com cada companhia).

Isso me faz recordar o famoso refrão “Diz-me com quem andas...”*

Ampliando esta idéia, o currículo poderia se estender a livros lidos e relidos, filmes assistidos, lugares mais freqüentados... absolutamente tudo nos modifica e deixa a sua marca.
Existe um termo proveniente do grego, que define exatamente a idéia do grupo e as suas influências: egrégora. Egrégora designa a soma de duas ou mais pessoas unidas para um mesmo fim. Eu e você podemos formar neste instante parte da egrégora deste pequeno texto. Se houver mais leitores da web lendo esta mesma página neste momento, mesmo que em outros lugares do planeta, estariam incluídos na nossa pequena egrégora. Cada ser humano pertence a diversas egrégoras (de trabalho, de nacionalidade, de família, de religião ou da falta de religião etc.) que atuam simultaneamente na sua personalidade. É importante saber que egrégoras similares se repelem. Esse seria o caso de um ser humano que tem por exemplo duas famílias, ou duas preferências políticas, ou duas equipes de futebol. Inevitavelmente, uma egrégora puxaria por uma direção e a outra exatamente pela oposta, reclamando do pobre indivíduo que por falta de conhecimento se aventurou em grupos incompatíveis. As egrégoras opostas esquartejam e podem provocar diferentes níveis de transtornos naquele que se envolve com ambas.

A força de uma egrégora, que está constituída pela força de mais de uma pessoa, é maior do que a de um indivíduo. Por isso, é mais vantajoso fazer uma opção consciente do que deixar ao acaso.

* O ditado completo é: “Diz-me com quem andas e eu te direi quem és.”

Tradução: Rafaella Coelho


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mas que sentimento afinal embasa a relação entre mestre e discípulo




“Amai, amai, todo o resto não é nada.”
La Fontaine (Os Amores de Psique e de Cupido)

Vejamos como se constituem os laços entre o mestre e o discípulo.

Estudemos com atenção por quais sentimentos essa relação se fundamenta, para posteriormente tirarmos as consequências disso.

Utilizarei como ilustração um capítulo do livro Eu Me Lembro…

Escolhi esse trecho porque poeticamente nos transporta fazendo-nos compreender o tema abordado não apenas intelectualmente, mas envolvendo-nos de todo o coração.

O Velho Sábio

Certa manhã, fui tirar leite de nossa búfala, que pastava solta perto das margens do rio. Caminhando pelo campo com os pés descalços na relva molhada pelo orvalho da noite, tão absorvido estava que passei pelo animal e segui em frente. Pouco adiante, encontrei um velho sábio, sentado olhando para as águas que seguiam montanha abaixo. Cumprimentei-o e perguntei o que estava observando. O ancião me disse que estava observando seus pensamentos. Sentei ao seu lado e, como uma criança, sem nada questionar comecei a fazer o mesmo. Passaram-se várias horas e lá estávamos os dois, lado a lado, sem dizer palavra. Porém, entendendo-nos perfeitamente bem.

Até que, em dado momento, o ancião virou-se para mim e começou a falar.

- O que você observou?
- Meus pensamentos.
- Gostou?
- Sim.
- De que natureza eram?
- De todos os tipos. Pensei nas águas, obedientes, que seguem fazendo as ondas no mesmo lugar, apesar de serem sempre outras. Depois, pensei na nossa vida, que também é assim. Somo sempre outras e outras pessoas a nascer, crescer, trabalhar, casar… mas seguimos fazendo as mesmas coisas sem que ninguém nos obrigue a isso. Daí pensei nas nossas ovelhas, cabras e vacas, que também seguem fazendo as mesas coisas desde que nascem, até que morrem. E seus descendentes continuam fazendo as mesmas coisas. Qual o sentido de tudo isso?
- Você se fez essa pergunta?
- Fiz.
- E qual foi a resposta?
- Não obtive resposta, pois meu pensamento seguiu os pássaros e mudou continuamente. Mas gostei da experiência.
- Então volte amanhã e vamos contemplar o rio juntos outra vez.
Assim o fiz. Durante muito tempo retornei e sentei-me ao lado do ancião. Era uma relação de amor. Desde a primeira vez que o vi, senti um carinho arrebatador por aquele mestre. Olhava-o com admiração gratuita, pois ainda não o conhecia suficientemente bem. Não sabia o universo de sapiência que ele tinha para me transmitir. Era simplesmente amor, desinteressado, a primeira vista.
Quase sempre ficávamos calados por muito tempo. Geralmente, no final, ele fazia algumas perguntas. Depois de uns quantos meses, notei que suas perguntas era o que me permitia tomar consciência de quão profundo havia ido na viagem interior.

Vê-se claramente nesta passagem a identificação sincera do discípulo e a naturalidade com que se estabelece do discípulo em direção ao mestre uma admiração, uma vontade de ser como ele.

É realmente como no caso de uma criança que isso se dá, puramente, sem preconceitos, aceitando a ignorância que se mostra no contato com essa outra pessoa.

Reconhece-se que, diante de si há alguém dotado de um saber digno de atenção que se pretende conquistar.

É por meio da consciência desse profundo saber e, no fim das contas, por respeito sincero que o discípulo não questiona. Ele espera, confia.

Pode-se dizer que esta relação é completamente livre. E que é livre porque se funda completamente em amor. Amor do discípulo que se reconhece no mestre e o ama desinteressadamente e, do mestre que, por amor, aceita o discípulo sincero para guiá-lo. Apresenta-se aqui uma relação sem mediação, direta, pura, que revela a ambos na contemplação do agora.

L’amour est la seule passion qui ne souffre mi passe ni avenir
“O amor é a única paixão que não admite nem passado nem futuro”

Não há uma obrigação a priori constituída para ambos, ditada, por exemplo por um estado, por uma religião, por um dever moral ou costume…

Nenhum outro homem ditou ou estabeleceu que essa relação deveria existir.

Ela nasceu apenas daqueles dois, como uma amizade, não porque deveria acontecer por algum motivo, por algo vindo de fora, mas simplesmente porque podia acontecer. E porque ambos, mestre e discípulo, movidos por sua própria vontade assim quiseram.

Esta é uma relação que não envolve servidão de nenhuma parte, mas uma parceria fundada puramente no amor e na liberdade. Esta parceria pode aparecer bem descrita da seguinte forma.

Amar não é olhar-se um ao outro, é olhar juntos na mesma direçã.
Saint-Exupéry.

Não há aqui uma relação de dependência, mas uma consonância entre ambos e a decisão de seguir juntos, em uma única direção.

Julia Rodrigues