Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



terça-feira, 23 de setembro de 2008

Respire bem!



A respiração é de suma importância para nossa vida. Repare que conseguimos sobreviver algumas semanas sem nos alimentar, mas, só resistimos breves instantes sem respirar. Apesar desta importância vital, a maioria das pessoas não sabe respirar bem!

Nascemos respirando plenamente, porém, a vida sedentária, as emoções pesadas e o stress do dia-a-dia, fazem-nos perder esta capacidade de trazer mais vida para o nosso corpo. Para reverter este quadro, podemos realizar exercícios de reeducação respiratória, que se incorporados ao nosso dia-a-dia, ganhamos mais qualidade de vida.

Primeiramente, conscientize-se de como você respira, se é pelo abdômen ou pela parte alta dos pulmões... Estima-se que a maior parte da população utiliza apenas o ápice dos pulmões o que corresponde apenas a 10% da nossa capacidade respiratória! Entretanto, respirar de forma correta consiste utilizar toda a plenitude pulmonar, parte baixa, média e superior. Desta forma, inspire expandindo o abdômen, depois afaste as costelas e por último leve o tórax para o alto e ao exalar, esvazie primeiro o ápice dos pulmões, logo em seguida, a parte intercostal e finalmente contraia a barriga. Quem tiver dificuldade no início, pode utilizar a respiração baixa que compreende 60% da totalidade dos pulmões. Consiste em ao inspirar descontrair o abdômen e ao expirar, contraí-lo.

Depois de assimilar a respiração ampla e consciente, podemos explorar outros aspectos mais profundos. A forma pela qual respiramos está diretamente relacionada às emoções e a maneira que interagimos com o mundo ao nosso redor. A respiração ampla e lenta está ligada a estados de felicidade, plenitude e realização pessoal, por outro lado, se é caótica e curta, está correlacionada a estados de tensão e ansiedade. É interessante observar que para modificar estes últimos estados emocionais citados, basta mudar a forma de respirar!

Coloque em prática o que foi visto acima, ganhe mais energia e cultive emoções construtivas. Este é um grande passo para profundas transformações na sua vida.


Rafaella Coelho
www.vivaqualidadedevida.org


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ferramentas




O ser humano não possui as ferramentas para perceber a realidade em sua totalidade. O que percebemos fica limitado por nossos sentidos, nossa atenção e nossa lucidez entre outros fatores. E também isso passa por alguns filtros como nossa bagagem cultural, nossos pontos de vista, nossos relacionamentos com o mundo e, talvez principalmente, nossa flexibilidade de compreender opiniões e observações de outras pessoas.

Como não temos capacidade de observar o todo, nosso crescimento pessoal pode ser potencializado por um talento em respeitar pessoas que são diferentes de nós. Não quer dizer que vamos facilmente mudar de opinião como alguém sem convicção. Significa que vamos levar em consideração a forma com a qual as pessoas com quem interagimos observam o mundo a sua volta. Isto é estar desperto, é não agir mecanicamente ao nos relacionarmos e nem tentar impor alguma idéia pré-estabelecida antes do encontro.

Antes de aprendermos a usar esta capacidade com o outro devemos treina-la com nós mesmos. Quão a sério levamos nossos sonhos? O quanto valorizamos nossas qualidades? Como encaramos nossos defeitos? Temos que entender que é impossível que todos gostemos das mesmas coisas e que tenhamos as mesmas vontades nas mesmas horas. É bem provável que alguns de meus gostos, não sejam realmente meus e sim de quem me criou ou de quem esteja à minha volta.

É importante que nos conectemos mais a nós mesmos e aprendamos a perceber nossas vontades e intenções de dentro para fora e possamos separar o que realmente queremos. Para isso, passemos mais tempo em nossa própria companhia, sintamos mais nossa respiração, ouçamos nossos batimentos cardíacos.

Nem devemos nos isolar dos demais para isso, basta que nos momentos em que estejamos sozinhos percebamos mais nosso corpo, nossos sentidos, nossas emoções e pensamentos. Depois vamos querer dedicar algumas horas da semana a algo que nos deixe mais próximos de nos mesmos.

Comecemos fazendo aquilo que mais gostamos com mais atenção, carinho e sensibilidade, provando um sorvete atento para todos os sabores, para a textura, para as diferenças de temperatura. E terminemos ficando plenamente mais atentos ao universo infinito em belezas, riquezas e alegrias que existe a nossa volta.

Thiago Duarte
 


sábado, 13 de setembro de 2008

Tempo: amigo ou inimigo?



Tempus são aqueles fragmentos quase tácteis e invisíveis aos olhos, os quais escorrem por entre seus dedos quando se está pensando nele.

Pense e responda rápido: O que você possui de mais precioso e simultaneamente é o seu investimento mais rentável?

Ahá! Tudo isso que pensou ou murmurou são importantes também, mas isso só foi conquistado porque você teve um aliado essencial ao seu lado a todo instante: o nunca nascido e jamais derrotado..tempo! Esse mesmo que agora você dedica à leitura deste artigo e que eu usei descaradamente na execução do mesmo.

Todo (ou quase todo) ser humano tem ciência que, seu grande desafio hoje é saber como administrar o próprio tempo, o qual já lhe parece tão escasso nos dias atuais.

O tempo é um meio contínuo e indefinido no qual os acontecimentos parecem suceder-se em momentos irreversíveis. Momento ou ocasião apropriada para que uma coisa se realize. Essas são duas definições fornecidas pelo “pai” Aurélio e que utilizo no início das minhas palestras sobre aproveitamento do tempo.

Mas como administrar algo invisível, subjetivo e indefinido e, porque alguns conseguem aproveitá-lo mais e outros menos?

Primeiro é preciso ter ciência da magnitude do tema em questão, de nossa vulnerabilidade em sermos sujeitos a sua passagem impiedosa e lúcida.

Embora simples e batido, um bom planejamento das tarefas diárias é um ótimo começo para se dar bom dia ao sábio tempo. Tenho orientado os instrutores que trabalham em minha escola para que estejam diariamente “brifados” por eles próprios. Quando não fazem isso, ficam parecendo àquelas pessoas que chegam pela manhã ao escritório e começam a revirar papéis, mover os objetos de lugar, abrir gavetas, como que a buscar a limpeza da mente para saber por onde irão começar. Minutos preciosos gastos em vão!

Quando aplicamos planejamento e
estratégia aos nossos sonhos,
eles tornam-se metas.
Joris Marengo

Porém, uma ressalva: caso algo não saia como o planejado ou organizado (e isso ocorre com freqüência, pois nem tudo depende só de você) não entre em desespero e/ou saia chutando tudo pra cima. Recorde-se da flexibilidade de pensamento e ação que você deve levar sempre em sua cartola.

Outra atitude bastante interessante é esvaziar a cabeça no que concerne às atividades que devem ser feitas. Frases do tipo: “não posso esquecer”, “tenho que fazer”, martelando no plano mental, farão com que se esqueça de outras coisas, não deixando a mente livre para novos insights. Portanto, elas devem ser passadas para o papel ou para onde quer que seja, deixando-o livre do carregamento daquilo que já foi pensado.

Recentemente foi feita uma pesquisa que apontou que 90% dos pensamentos que povoam nossa mente ao longo de um dia são os mesmos, que vão e voltam com o passar das horas. Preste atenção em não gastar tempo e energia com assuntos que não sejam inerentes a sua atividade presente. Costumo iniciar minhas aulas dizendo para os alunos deixarem todo e qualquer pensamento alheio à prática, da porta pra fora; até porque com o corpo mental descansado é mais fácil que surja alguma solução para essas eventuais preocupações.

Preocupar-se antes é preocupar-se duas vezes.
Emerson Fittipaldi

O homem que consegue fazer do tempo o seu aliado já percorreu uma longa estrada. Para os atentos, a passagem das estações torna-los-ão sábios para perceber dentre outras coisas que para ser feliz com dinheiro, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dele.

Isso sem citar o irrecuperável tempo que perdemos nos preocupando com situações que nunca irão ocorrer. Cerca de 30% das fantasias (em todas as áreas) que formulamos e devotamos nossas sinapses, jamais irão acontecer!

Por vezes tentamos distorcer o tempo de acordo com nossas necessidades. É aí que entra a pedante ansiedade. Recordo-me dos quadros que pintava aos 18 anos. Com a pressa natural da idade, não tinha paciência para esperar que as tintas secassem totalmente para recomeçar a pintar. Atropelava tudo e os resultados não eram tão bons quanto deveriam ser. Na vida, de uma forma geral, não é diferente. A ansiedade na tomada de alguma decisão pode vir a estragar todo um trabalho. Porque será que o surrado termo timing deriva da mesma raiz etimológica de tempo? Como diria o filósofo espanhol George Santayana: “Difícil é aquilo que pode ser feito imediatamente, impossível é aquilo que demora um pouco mais”.

Já percebeu quanto tempo desperdiçamos em costumes do cotidiano? Ao checar e-mails, muitas vezes nos deparamos com algum assunto que nos chama a atenção, mas que nada tem a ver com o que estávamos fazendo. Voilà! Perdemos o foco e alguns longos minutos, ou horas em alguns casos.

Quem criou o ditado, “quer algo bem feito, peça a uma pessoa ocupada”, parecia ter consciência do valor do tempo, assim como grande parte dos atarefados o tem. Em contrapartida, aqueles que não possuem muitas atribuições no dia-a-dia, dificilmente percebem a jóia que escorre por suas mãos enquanto não se faz, aprecia ou realiza nada.

Organize-se e aproveitará melhor os segundos que se passam. Lembro-me do meu tempo de empresário, quando trabalhava com meus irmãos. Elucidativa era a quantidade do tempo de trabalho de cada um. Muitas vezes, o que trabalhava menos horas, produzia mais! Planejamento, foco e qualidade do tempo.

Note como é curiosa a expressão “ganhar tempo”, visto que não é possível receber mais minutos do que o outro. No entanto, você realmente deixa de desperdiçá-lo, quando o otimiza. Faça coincidir tarefas, afazeres, horários e locais, tornando prático e eficaz cada passo dado por você.

Fique atento também a não se tornar escravo do tempo. Conheço muita gente que se sente culpada quando usa o fluir do tempo para fazer outra coisa que não seja trabalhar. Sentem-se mal em não produzir. Não se esqueça do ócio criativo de DeMasi; usar o tempo para aliviar a cabeça pode ser fundamental para a execução e criação de idéias.

A valia das horas resume-se clara e tragicamente nas pessoas que estão à beira da morte. Invariavelmente dizem que o que mais desejariam naquele momento seriam uns dias a mais. O velho tempo, que talvez tenha sido negligenciado por elas, agora é quase que com clemência, conclamado a comparecer por mais alguns instantes.

Dizem por aí que tempo é dinheiro. Na verdade, o tempo pode ser o que você quiser que ele seja! Ele (o tempo) saberá reconhecer o seu esforço em utilizá-lo da melhor maneira possível. E, lembre-se: só o tempo é capaz de reconhecer um grande trabalho baseado na mais pura ideologia de existência!


Fábio Euksuzian


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Unindo trabalho e vida particular em um só rumo



 
 
A relação do trabalho com a vida particular é curiosa. A maioria das pessoas trabalha, tem sua vida pessoal, seus momentos de lazer, tudo isso de forma separada, isolando um momento do outro.

– Agora estou trabalhando.

– Agora vou para casa.

– Agora estou me divertindo.

– Agora vou meditar.

– Agora vou transar.

Um modelo de vida que reúna tudo isso, ao mesmo tempo, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas, é o ideal?

É possível manter uma disciplina, um estilo, uma filosofia de vida, um trabalho, que seja doação, realização, prosperidade, felicidade, diversão, tesão, educação, transformação e evolução em um só tempo, em um só espaço?

É possível. Mas para isso temos duas barreiras imensas.

O paradigma... E o medo.

O paradigma é o modelo vigente, é o que todo o mundo faz e é como sempre foi feito. É “estude, tire boas notas, consiga um emprego seguro, garanta uma boa aposentadoria, case-se, tenha filhos, compre sua casa própria financiada, uma casa na praia, se possível, um carro novo, e passe suas noites e fins de semana bebendo e assistindo à televisão.”

Nesse paradigma, é quase inconcebível unir trabalho e prazer. No final do expediente você vai para casa, ver a novela das oito, e se um colega ou o chefe ligar para falar de trabalho, você diz “agora não, estou de folga”.

O medo, por sua vez, decorre do paradigma. “Se todo o mundo faz assim, eu não vou ser diferente”. “É muito arriscado, não é seguro”. O medo em si não é um problema. O medo é o que nos mantêm vivos e faz com que não ultrapassemos nossos limites, não nos joguemos na frente de um carro em alta velocidade para ouvir o barulho da freada. O problema é o excesso de medo, é o medo prévio, o medo como trava à evolução pessoal, profissional, afetiva... enfim, humana.

Chegamos mesmo ao cúmulo de ter medo de sentir medo!

Todos esses medos impedem que pequenas mudanças sejam implementadas em nossas vidas, e o somatório dessas pequenas mudanças poderia transformar a nossa existência, passando de um estado de miséria existencial para outro de graça biológica.

Pequenas mudanças comportamentais diárias produzem um efeito acumulativo muitas vezes imperceptível para quem conosco convive, e geram uma espiral ascendente de evolução e autoconhecimento.

E essas mudanças são possíveis!!! Para cada mudança desejada podemos aplicar determinadas técnicas biológicas que produzem metamorfoses internas muito profundas. Podemos afetar nosso sistema emocional com uma simples respiração profunda. Podemos interceder em nossa estrutura fisiológica realizando certos movimentos e permanecendo neles algum tempo. Podemos ampliar a percepção interna e externa mantendo o foco da atenção em um único pensamento.

Não é incrível que tenhamos guardados em nós mesmos um tesouro que pode mudar nossa própria existência, sem depender de nada nem ninguém? Esse tesouro consiste em uma filosofia antiqüíssima extremamente completa que pode transformar o mundo.

E a partir disso, nosso cotidiano se transforma, de dentro para fora, e o trabalho se torna um prazer, uma ferramenta evolutiva para transformarmos nossa consciência e o universo que nos rodeia.

Enfim, conseguimos unir trabalho, satisfação, realização, alegria, contribuição social, relacionamento afetivo.

Engraçado, se não me engano unir, em sânscrito se diz como mesmo?

Ah, lembrei, uma palavrinha: Yôga.


Rodrigo De Bona


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Atente-se!




Se for feita uma comparação entre o estilo de vida da sociedade que ocorria há décadas e neste início de século, notaremos uma total mudança de comportamento, principalmente em termos filosóficos. O mundo transformou-se radicalmente em pouco tempo e isso resultou em uma grande mudança de paradigma nas pessoas. Muitas atitudes se tornaram antigas e hoje o que se vê é uma procura incessante por novas formas de relacionamento do indivíduo consigo e com o macrocosmo.

A tecnologia que se desenvolveu com muita força a partir da década de oitenta é a maior responsável pela transformação do mundo. O tempo parece andar com mais velocidade na proporção direta da rapidez com que as informações são recebidas e descartadas. O conceito da informação descartável é o supra-sumo do momento. A informação é conseguida facilmente, usada brevemente e descartada rapidamente. Isso alcançou patamares inimagináveis, com extrema veemência, principalmente na relação entre as pessoas e delas com o mundo.

Paradoxalmente o mundo iniciou a famosa globalização, estreitando barreiras, e por outro lado as pessoas começaram a aumentar seus mundos individuais e, as relações inter-pessoais se resumiram a bate-papos instantâneos pela internet. Assim é o ser humano; quanto mais difícil é conquistar ou ter algo, mais importância se dá a isso e quanto mais fácil, menos. Como hoje o acesso à tecnologia é mais democratizado e mais simples, as pessoas não se atentam à grandiosidade que é o relacionamento entre indivíduos. Como não dispõe de tempo para dedicar-se a todos os compromissos diários, elas preferem mandar um “olá” via bate-papo instantâneo. Não há mais aquela preocupação em encontrar-se pessoalmente e trocar experiências. Alguns adolescentes de hoje namoram on-line, pois para eles é muito mais prático. Quando você se relaciona à distância fica mais simples expressar-se. A falta do contato humano gera pessoas menos preocupadas em lidar com assuntos globais e mais em apontar o nariz para seus próprios problemas.

A partir de experiências pessoais, constatei um detalhe na procura de pessoas interessadas em praticar Yôga, sobretudo na escola onde trabalho; recebemos muitos e-mails de pretendentes a alunos, no entanto, quando convertemos esse e-mail em um atendimento telefônico, o resultado é muito positivo, pois o relacionamento torna-se mais próximo, rápido e eficiente, a pessoa se sente mais confortável e segura em dedicar um momento do seu dia para visitar a escola e iniciar as suas práticas. E o mais curioso é que estas pessoas, mesmo dizendo não ter tempo para nada, ao conhecerem pessoalmente o espaço, passam a encontrar ‘buracos’ em suas agendas. Perceba a importância de vivenciar, estar presente e trocar experiências. São as próprias pessoas que fazem do seu tempo as suas prioridades. Quando dizemos que não temos tempo para algo, estamos dizendo que não estamos interessados e que não o priorizamos naquele momento.

Imagine uma situação na qual você escreve e-mails simultaneamente a conversação com amigos por mensagens instantâneas: onde está colocando sua atenção? No e-mail ou na conversação? Acredito que em nenhum dos dois, pois perde-se mais tempo mudando o foco a todo momento do que prestar atenção em cada situação separadamente.

O Yôga assim nos ensina a ter foco e saber usar o tempo a nosso favor, no entanto, o mais importante é que ele nos ensina a vivenciar cada momento e experiência. Percebe-se a riqueza em cada momento da vida quando se está atento, consciente e presente.
 

 
Tati Marcondes 


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Poemas





Esta série de poemas sintetiza com especial sensibilidade uma das particularidades do SwáSthya: o fato de ser uma filosofia que se transmite como uma arte.

A autora expressa com talento um universo de experiências e vivências surgidas da dinâmica interna que é própria de uma SwáSthya yôginí. Poemas para ler e se deliciar com instantes de delicado prazer.

Edgardo Caramella
Supervisionado pelo DeRose
Mestre de SwáSthya Yôga
Presidente da União Internacional de Yôga, Filial Argentina




Fora do tempo
(A DeRose)

Eu te compreendo,
mas
sempre chego tarde
no momento
em que deveria
ter-te entendido
para poder afirmar
que te compreendo. 
Karma

De um instante só
germinam
ilimitadas portas.
Catástrofe da indecisão.
Aquela que serei
daqui a um segundo
depende da porta que eu abra agora.
Sabedoria da incerteza.
Inspiro e vejo
batalhões de possíveis futuros
que desfilam perante meus olhos.
Expiro
e abraço com todas minhas forças
um único
momento
presente. 


Anahí Flores