Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



sexta-feira, 13 de junho de 2008

FAZER + PRAZER = TER



É mesmo difícil de imaginar, mas já houve um tempo em que não precisávamos trabalhar para viver. Naquela época, nossa comida era banana e nossa casa um galho. E vivíamos felizes! Tudo o que necessitávamos estava ali, ao alcance das nossas mãos. Vida simples, pouco stress. Passávamos o tempo comendo, brincando, namorando e descansando. Um verdadeiro paraíso.
Daí a Mãe Natureza nos “deu um gelo” e tivemos que abandonar o nosso jardim do Éden à procura de alimento e abrigo. Jogados ao mundo, inexperientes e indefesos, enfrentamos não apenas a fome, mas também alguns predadores famintos. A situação apertou muito para o nosso lado até percebermos que tínhamos um diferencial competitivo: mãos! Graças a elas, conseguimos criar alguns artifícios capazes de garantir a nossa sobrevivência. Foi o início da Era “gente que faz” pois, para ter alimento e proteção, precisávamos fazer alguma coisa. A fórmula era, simplesmente, fazer = ter. E nós realmente fizemos. Plantamos, industrializamos, informatizamos e globalizamos. De uma espécie em risco de extinção com menos de dois milhões, crescemos para mais de seis bilhões sobre a face da Terra.
Cá estamos nós. Hoje somos bilhões espalhados pelo mundo tentando encontrar um caminho de volta à felicidade e ao prazer paradisíaco. Só que a nossa visão do Éden sofreu algumas mutações acidentais. Milhares de anos fazendo coisas para sobreviver acabaram sedimentando em nós uma crença atávica de que a felicidade está nas coisas que criamos. Galhos e bananas não mais nos satisfazem. Queremos mais, muito mais...
E assim, sem que tomássemos consciência, acabamos criando um novo cenário selvagem no mundo atual: a luta pelo direito de fazer. Somos bilhões querendo fazer alguma coisa para poder ter muitas coisas. E a situação está novamente apertando para o nosso lado. Agora, nossa sobrevivência está nas mãos daqueles que pagam por aquilo que fazemos; e o que fazemos está ficando cada vez mais fácil de ser copiado. Urge que encontremos um novo diferencial competitivo que, com toda a certeza, não está mais na habilidade de nossas mãos. Então, onde estaria?
Perceba isso. Aqueles que detêm o poder de nos proporcionar o direito de fazer, sejam estes empregadores ou compradores, também fazem parte daquele grupo dos seis bilhões que buscam prazer e felicidade em todas as coisas. Então, se aquilo que fazemos pode tão facilmente ser visto e copiado, que tal proporcionar-lhes prazer e felicidade diferenciando-nos naquilo que os olhos não vêem? Sim! O diferencial está na nossa atitude. Atitude não é O QUE fazemos, mas COMO fazemos. Portanto, a nova habilidade a ser desenvolvida exige que exercitemos as qualidades daquele músculo guardado do lado esquerdo do peito: o coração. Qualidades como empatia, alegria, gentileza, entre tantas outras.
O que estamos presenciando é o início da Era “gente que ama o que faz”. E a nova fórmula para a nossa sobrevivência é fazer + prazer = ter. Minha intenção é contribuir com o seu desenvolvimento neste cenário. E, para saber como colocar o prazer ao lado do fazer nesta nova fórmula, convido você a acompanhar as dicas da série Realize-se e Realize Mais!
Primeira dica da série Realize-se e Realize Mais:
Seja autêntico. Tudo que o mundo não precisa é de mais uma pessoa que só vê o trabalho como o preço sofrido a ser pago pela sua felicidade. Seja autêntico encontrando um prazer genuíno
naquilo que faz. Para isso, concentre-se menos naquilo que você quer ter e coloque mais consciência naquilo que você quer ser. Reserve alguns minutos do dia para refletir sobre a seguinte questão: qual a contribuição que eu quero deixar ao mundo e que me realizaria como pessoa? Idéias bastante subjetivas, como felicidade, amor e conhecimento, surgirão desta reflexão. Elas formam aquilo que chamamos de propósito de vida. O importante é que este propósito venha de dentro de si e não das coisas ou pessoas à sua volta. Seu próximo passo será avaliar a possibilidade de pôr em prática estas idéias no dia-a-dia do seu trabalho. Será possível expressar isso através daquilo que você faz? Talvez sim, talvez não. Em qualquer um dos casos, o que importa é que você já terá a sua bússola, e com ela conseguirá encontrar o caminho certo para extrair muito prazer daquilo que fizer.
Realize-se e realize mais! Seja autêntico fazendo do seu trabalho um meio efetivo para expressar o seu propósito de vida. Dedique-se de coração e o seu trabalho ganhará uma qualidade diferenciada. O mundo está precisando de gente assim e está pagando muito bem por isso.


Escrito por Ricardo Mallet
www.RicardoMallet.com


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