Apaixonei-me
Existem
O problema surge quando o discípulo pensa que já está ao nível do Mestre e que, portanto, já nada tem a aprender com ele. Mais uma vez, é a falta de conhecimento do sámkhya, a filosofia naturalista que sustenta o SwáSthya Yôga, e de aplicação das normas éticas, normas essas que devem reger o nosso comportamento, que levam a tal distorção da realidade. Quem tem esta ilusão regride automaticamente na senda do Yôga. Ao mesmo tempo que o discípulo evolui, talvez até a uma velocidade superior, o Mestre também evolui.
O discípulo tem a liberdade e o privilégio de escolher o seu Mestre. Este, por sua vez, tem a liberdade de não o aceitar. Daí não ser admissível e, muito menos coerente, o discípulo questionar o Mestre, porque foi ele que, em plena consciência e sabendo de todas as idiossincrasias desta relação, o escolheu.
A atitude que discípulo tem de adoptar é extremamente simples e nada tem de místico, religioso ou severo. Assim como se ama um amigo, que foi alguém escolhido por nós para nos acompanhar nesta jornada que é a vida, se deve amar o nosso Mestre. Assim como se ama um amigo, sem cobrar, exigir, enfrentar, questionar ou atraiçoar, assim se deve amar o nosso Mestre. Mais ainda, porque Mestre, na tradição do Yôga, representa caminho, orientação, exemplo, amigo, pai, companheiro.
Temos de ter ainda sempre presente que um Mestre é um ser humano, com todos os defeitos e virtudes e, como tal, tão falível como qualquer outra pessoa. Tal característica deve servir apenas para incrementar o nosso respeito e admiração por essa pessoa. Até porque o facto de termos alguém que nos encaminha e que já falhou, é uma mais valia; permite-nos a hipótese de não cair no mesmo erro, oportunidade que a vida dá a tão poucas pessoas.
Mariana Rodrigues
Belo texto, Mari! E que linda esta foto, que mostra nos rostos de vocês a alegria de terem feito as escolhas certas.
ResponderExcluirGrande beijo.