Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Quanto vale o seu tempo?



A máxima tempo é dinheiro ficou bem conhecida em todo o planeta como um dos grandes chavões do capitalismo. Diferente de Max Weber, que abordou essa idéia em seu Ética protestante e espírito do Capitalismo, podemos sugerir uma nova interpretação para o valor do tempo.

Vamos debater sobre a importância de administrarmos bem o nosso tempo.

Façamos a comparação de dois indivíduos, supondo que um sabe fazer bom uso das 24 horas de seu dia e o outro não. O primeiro é um indivíduo ágil e encontra diferentes e criativas maneiras de produzir. O tempo todo, sem um minuto a perder. Realiza atividades que geram crescimento próprio e da sociedade, em múltiplos sentidos. O segundo indivíduo não põe suas habilidade a trabalhar, e passa a maioria de seus dias apenas em atividades dispersivas e de lazer. O primeiro está criando e realizando coisas construtivas, até em seu tempo livre. Ao ler um livro, escrever um artigo, prestar uma explicação a um amigo, pensar em projetos novos, ter idéias em seu ócio criativo, fazer contatos ou até mesmo ligações importantes. A questão está em avaliar se a atividade pode gerar algo relevante e positivo no futuro, ou se terminará por ali mesmo.

Uma vez que interrompemos esse tipo de pessoa, solicitando-a ou tomando seu tempo, estaremos na realidade atrasando a evolução do que talvez viriam a ser grandes contribuições à sociedade. Suas atividades tornam sua disponibilidade mais rara e mais valiosa. Por outro lado, uma pessoa inativa poderia ser interrompida e solicitada à vontade, e essa dispersão não faria diferença para si mesmo, nem para ninguém à sua volta.

Aí se levanta uma questão interessante, pois somos nós quem decidimos o real valor do nosso tempo - e de nossa vida! - através de seu bom aproveitamento ou não.  Como seria o mundo se todos os seus habitantes utilizassem bem cada hora de seu dia? Trabalhar não é necessariamente cansativo, uma vez que podemos extrair conhecimento de qualquer situação, até das mais amenas. Trabalhar é criar e construir - não precisa ser associado a algo necessariamente desgastante. Cabe a nós utilizar nossas vivências cotidianas para concretizar projetos e idéias. Entende-se como esse tipo de atitude pode gerar um grande retorno financeiro - daí a nova interpretação daquela famosa frase. É importante ter esse conforto na vida, apesar de sabermos que não temos no dinheiro o verdadeiro e único sentido para viver.
 
Para aprendermos como gerar tantas coisas boas com nossas escassas horinhas do dia, façamos como os yôgins e treinemos nossa capacidade de concentração, realizando tudo da melhor e mais precisa maneira, sem distrações, sem perder tempo. Sabemos do bem-estar que o SwáSthya Yôga proporciona quando nos ensina o que é concentração e meditação, mas não temos noção de como isso reverbera em nossas vidas – e no nosso bolso! O SwáSthya yôgin mais atento tem a lucidez de quão precioso é seu tempo - sabe que os segundos do relógio não param e que sua vida poderia terminar a qualquer instante. Nossos momentos são únicos, e devem ser vivenciados com intensidade. Assim fazem os que compreendem o privilégio que é estar vivo e com força para realizar.
 
Enfim, podemos assim reconhecer por que as grandes personalidades históricas (falecidas ou não), são consideradas seres humanos excepcionais: são homens e mulheres que construíram algo de relevante para ser acrescentado ao nosso patrimônio histórico. Mantiveram-se focados, utilizaram bem seu tempo e sua capacidade de ação - e assim tornaram suas vidas um grande exemplo para a humanidade.


Priscila Ramos de Sousa
  


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