Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O desejo de saber quem somos!



 
 
Acredito que todos os seres humanos em alguma fase da sua vida sentem uma ânsia urgente por descobrirem quem são. Mais ainda os praticantes de Yôga.

Para mim o conceito mais fascinante do Yôga é o conceito de púrusha. Púrusha é-nos apresentado pelo sámkhya, a filosofia naturalista que é o fundamento teórico do Swásthya Yôga, como a essência absoluta ou chispa de vida do ser humano.

Talvez este fascínio pelo púrusha advenha da distância que sei que me falta percorrer para alcançá-lo em toda a sua plenitude.

Uma coisa é racionalmente compreender algo, outra é absorver de tal forma esse algo que nos tornamos o objecto da nossa compreensão, ao ponto de não nos lembrarmos de quando a nossa realidade era diferente.

Descobrir a nossa essência, desprovida de todas as camadas da sociedade que nos vestem, é talvez o passo que antecede a meta.
Por muito que tentemos negar, somos o resultado da soma da influência de factores como a família, extracto social, grupo religioso, partido político, etc. E esse resultado que, aparentemente mostra ao mundo o que somos, é com certeza distante daquele que somos quando desprovidos de todas essas forças.

Para chegar a essa essência absoluta é preciso coragem, força e perseverança. Coragem para enfrentar o desconhecido, força para aguentar a feroz auto-crítica que persegue quem se entrega ao swádhyáya (o auto-estudo) e, perseverança para não desistir perante a consciência das nossas limitações, continuando sempre até que do incerto se faça luz.

Este conceito de púrusha pode ser dissertado exaustivamente em palavras, mas não há maneira de o conhecer através do intelecto. Conseguimos chegar a ele apenas pela prática do Yôga, pelo abandono da racionalização que a teorização traz e pela passagem à prática das técnicas, que essas sim, nos levam ao auto-conhecimento, do qual resultará a descoberta da nossa mais elementar essência.

A ideia desse percurso desconhecido é envolvida por um entusiasmo vibrante. Um dia chegaremos lá!


Mariana Rodrigues
 


Um comentário:

  1. O caminho sem dúvidas é tão interessante quanto o fim em si...
    Adorei esse texto!

    Swásthya!

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