Este blog foi montado com o intuito de retratar experiências de professores de SwáSthya Yôga que dedicam suas vidas a praticar, ensinar e difundir esta fantástica filosofia de vida.



quinta-feira, 11 de junho de 2009

Poema inspirado num dos graus de dhyána.



Cobrirás o teu corpo
com o maior silêncio
— aquele que se parece
com os mantos de inverno —.
Então obstruirás
— só por um momento —
aquelas sete portas
por onde o mundo entra.
Atravessa sem medo
as primeiras entradas
como se fosses mundo
penetrando em ti mesmo.
Deixa atrás os sons
melódicos ou rítmicos,
deixa atrás o sussurro
do ar em labirintos.
Ao chegar ao murmúrio
constante do sangue
cruzá-lo com cautela
como a um rio em degelo.
E quando alcançares
o almejado espaço
despirás os ruídos
pois não terão mais causa.
Já não se escutarão
os órgãos vivendo
nem as unhas que crescem
ou a mente pensando.
Serão outros sons
e os verás de perto:
um silêncio estrondoso
embaçado por grilos,
caracóis marinhos
rodeando os teus ouvidos,
a música do Sol
que se infiltra nos poros,
fazendo, germinando,
fabricando a vida.
Este poema obteve o terceiro lugar no I Concurso de poesia do São Pedro da Serra, Nova Friburgo, 2007.
Anahí Flores
Tradução do original em espanhol: Sonia Monteiro
Foto: Atlántico desde Portugal (Anahí Flores)


4 comentários:

  1. Oi Anahi! Beijão pequinino para você! Saudades suas e parabéns pelo sucesso como escritora!

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  2. Oi Sonia! Obrigada! Sem vc o poema ainda estaria apenas em espanhol...

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  3. :)
    é um prazer ajudar-te...
    fico feliz pelo teu sucesso como escritora, Anahí!

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